Dados climáticos: tecnologia a favor da diminuição do default nas operações do agronegócio

Eventos climáticos inesperados como chuvas intensas, inundações e secas extremas impactam diretamente o fluxo de caixa e a capacidade de cumprir com obrigações financeiras dos produtores rurais, sendo um enorme problema para toda a cadeia do agronegócio, mas que pode ser atenuado com os dados climáticos confiáveis.

A importância em ter informações e estatísticas em mãos pode ser observada na pesquisa organizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em parceria com instituições brasileiras, em que o resultado aponta que os desastres climáticos aumentaram 250% no Brasil nos últimos quatro anos.

Em reação a esse cenário de insegurança, soluções de tecnologia e crédito têm surgido como alternativas para mitigar danos e prejuízos nas produções, protegendo o patrimônio dos produtores.

Saiba mais a seguir sobre como o monitoramento e os dados climáticos previnem crises financeiras no agronegócio e quais são as principais ameaças às lavouras brasileiras.

Quais são os impactos dos eventos climáticos nas operações financeiras do setor agrícola?

O clima tem impacto direto sobre a produção agrícola. Por esse motivo, as etapas do plantio são organizadas de acordo com as estações do ano. Em casos de excesso de chuvas, secas prolongadas, frio intenso ou calor extremo, toda a cadeia produtiva é afetada.

Os efeitos desses eventos não se limitam à perda da safra. Muitas vezes, o terreno é danificado, e estruturas como armazéns e maquinários também sofrem prejuízos.

Outra consequência grave é a perda da qualidade dos produtos finais. Chuvas extremas, por exemplo, atrasam o plantio e aumentam a incidência de pragas e doenças. Já o frio intenso pode causar geadas que levam à perda total e imediata de lavouras de café, milho e hortaliças.

Com a paralisação das receitas, o cumprimento de compromissos financeiros também é comprometido. O resultado é o atraso no pagamento de financiamentos, arrendamentos e contratos de fornecimento. Assim, o endividamento dos produtores se torna a consequência mais evidente.

Em 2023, um estudo da Climate Policy Initiative (CPI/PUC-Rio) mostrou que, durante a estiagem de 2021/2022, as indenizações do seguro rural cresceram mais de quatro vezes em relação ao ciclo anterior. O dado reforça como o comportamento do clima tem impacto direto na liquidez e na solvência do agronegócio brasileiro.

Em regiões onde as adversidades climáticas são mais frequentes, o risco de default - ou seja, inadimplência - tende a crescer. Com o aumento das dívidas, o mercado de exportação e importação reage, afetando também cooperativas, tradings e instituições financeiras.

Quais eventos climáticos comprometem a capacidade financeira do agronegócio?

Um dos países com maior extensão territorial do mundo, o Brasil sofre os efeitos dos eventos climáticos de maneira diversa. Um dos fenômenos que mais influenciam os resultados do agronegócio é o La Niña.

Esse evento causa o resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico, alterando os padrões de chuva e temperatura em várias regiões do mundo. Geralmente, ocorre a cada dois a sete anos e dura entre nove e doze meses. Essa irregularidade o torna ainda mais desafiador para os produtores.

Os efeitos da La Niña no Brasil são sentidos em todas as regiões, mas de formas diferentes. No Norte e Nordeste, o fenômeno costuma provocar chuvas acima da média. Já nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, a principal consequência é a extensão do período de estiagem, que reduz a umidade e compromete diretamente a produtividade e a liquidez dos produtores.

Outro fenômeno que representa um grande desafio para o agronegócio é o aquecimento global. Com o aumento da ocorrência de secas severas e ondas de calor, os terrenos se tornam mais secos, facilitando a propagação do fogo em casos de incêndios.

No Sul, períodos de frio extremo e geadas fora de época também geram prejuízos significativos em culturas de inverno e em regiões de maior altitude.

Combinados, esses eventos configuram uma ameaça crescente à estabilidade econômica do agronegócio. Diante da alta volatilidade climática, a capacidade de prever e reagir rapidamente a essas ocorrências é o que diferencia os produtores em um cenário competitivo.

Os eventos climáticos extremos podem ser previstos?

Com a evolução das tecnologias de previsão climática os eventos extremos podem ser, de modo geral, antecipados. A partir da coleta de dados meteorológicos, imagens de satélite e modelos matemáticos, é possível prever a ocorrência de chuvas, secas ou ondas de frio de maneira mais precisa.

Nesses casos, para facilitar ainda mais a reação dos produtores em caso de um evento perigoso, são utilizados sensores, estações meteorológicas e tecnologia de satélite para gerar alertas aos produtores.

Ao receber essas notificações, os proprietários das lavouras têm mais tempo para remanejar as lavouras, planejar colheitas e, em alguns casos, renegociar contratos de fornecimento ou crédito.

Utilizados como base no momento de organização e planejamento das plantações, esses dados funcionam como um grande facilitador. Integrando informação e gestão, os produtores podem reduzir o risco de default e garantir negociações mais seguras em casos de dívidas.

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Além da frequência, a intensidade dos eventos climáticos também tem aumentado. Nessa nova realidade, a necessidade de adaptação se torna ainda mais urgente.

No agronegócio, setor diretamente dependente do clima, o investimento em estudos e tecnologias que tornem o dia a dia do agricultor mais eficiente tem crescido na mesma medida. Com ferramentas de monitoramento climático, é possível reduzir perdas e proteger o caixa.

No entanto, a gestão inteligente do risco climático também depende de instrumentos financeiros e de proteção, como o seguro agrícola e o crédito rural. Afinal, não é possível eliminar completamente os danos quando se trata de fenômenos naturais.

A Cyan atua nesses dois pilares: oferece soluções voltadas ao seguro e crédito agrícola associadas ao monitoramento climático de alta precisão, auxiliando produtores, cooperativas e instituições financeiras na tomada de decisão.

Diante das incertezas climáticas, antecipar informações é o melhor caminho para preservar produtividade e estabilidade financeira.

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